01
dez
2017

O RACISMO EXISTE, EXCETO QUANDO UM NEGRO APONTA

"Se soubesse que o mundo se desintegraria amanhã, ainda assim plantaria a minha macieira.O que me assusta não é a violência de poucos, mas a omissão de muitos.Temos aprendido a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas não aprendemos a sensível arte de viver como irmãos."
Martin Luther King


     Titi Gagliasso, a filha de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank, foi vítima de racismo quando uma dita socialite usou seu Instagram para ofender a menina de 4 anos. Os pais da criança se manifestaram, prestaram queixa e receberam o apoio de toda a sociedade, exatamente como deveria acontecer sempre que um caso de racismo acontece. Mas não é o que acontece sempre. Aliás, isso quase nunca acontece.

     Há uma semana, viralizou nas redes um vídeo no qual a atriz Taís Araújo fala sobre como o racismo faz com que ela tema pela segurança de seus filhos. Ela diz no vídeo que tem medo de que o filho seja confundido com um bandido apenas pela sua cor, e fala do aumento da violência contra mulheres negras. Para Taís Araújo e seus filhos, não houve apoio da sociedade, muito pelo contrário. Ela foi chamada de diversos nomes, como "vistimista" e até "racista contra brancos". Memes foram feitos debochando de sua fala e de seus filhos, e inclusive foram compartilhados pelo presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação, que é, aliás, uma empresa pública).
     Mas por que a diferença de tratamento é tão gritante? Alguns podem dizer que é porque nós vimos a discriminação contra Titi, enquanto a discriminação contra os filhos de Taís (que, conforme a atriz fala, é comum a todas as pessoas negras) nos foi apenas relatada. Mas aí a Giovanna Ewbank, ao falar de suas experiências como mãe de uma menina negra, disse que, depois de adotar Titi, passou a prestar mais atenção nas desigualdades raciais do nosso país. Sua fala foi respeitada, como deveria ter sido respeitada a fala de Taís.
     Bruno e Giovanna sempre se colocaram a favor de causas sociais, como o feminismo, a luta de LGBTs e dos negros, e em momento algum foram desacreditados ou criticados por isso. Agora, quando um LGBT fala sobre LGBTfobia ou um negro fala sobre racismo, tudo muda de figura.
     O que acontece é que, sim, somos uma sociedade racista, e nosso racismo é tão grande, tão profundo e, muitas vezes, tão sorrateiro, que ele faz com que, quando um negro fala sobre racismo, sua fala seja desacreditada. Isso acontece não apenas porque é um negro falando de racismo, mas porque é um negro falando de alguma coisa.
     Hoje, Titi Gagliasso tem seus pais para defendê-la. Porém, infelizmente, quando ela se tornar mais velha e capaz de lutar suas próprias batalhas, vai perceber que, por ser negra, não terá a mesma credibilidade dos pais brancos, mesmo quando for para falar daquilo que ela mesma sofre.
     Não há possibilidade real de termos uma luta séria e consistente contra o racismo sem que passemos a, de fato, respeitar as falas de pessoas negras e entender que pessoas brancas jamais entenderão o que é o racismo em sua totalidade e, portanto, não devem desacreditar as falas daqueles que realmente o sofrem.
Texto de R. Wilbert
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Só o que eu quero compartilhando esse texto é que o RESPEITO prevaleça!
Que as pessoas parem de minimizar a dor do outro só por não sentir a mesma dor...Cada um sabe onde o próprio calo aperta!
Que um dia saibamos nos respeitar e nos amar com todas as diferenças e que esse dia chegue logo!

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