Hoje vou falar um pouco sobre o orçamento familiar da nossa casa e de como nos organizamos.
Vale lembrar de antemão que não existe uma receita de bolo. Cada casal tem suas prioridades, suas responsabilidades financeiras pregressas e sua forma de enxergar as coisas. Vou exemplificar aqui o que vem dando certo para nós, com algumas dicas que fazemos uso.
Um dado importante sobre mim e o por que de dar tanta importância a este tema, além do obvio. Minha formação é de administrador, mas sempre fui um aspirante a economista. Por este motivo me apego tanto a detalhes e as possibilidades.
Nenhum de nós tinha muita experiência com uma administração de casa, mas desde que começamos a conversar sobre morarmos juntos, colocamos em pauta a importância sobre as divisões das despesas e em como seria esta divisão.
A primeira coisa que vem à cabeça é: Vamos dividir meio a meio.
Porém "há mais coisas entre os céus e a terra do que supõe vossa vã filosofia", citando o parceiro
Willian.
Entre os casais, com algumas exceções, existem diferenças de renda. Então uma das primeiras coisas a ser decidida é como será a divisão. Quem ganha mais, proporcionalmente, paga mais ? Tudo será dividido igualmente ? Serão divididas as contas comuns e as pessoais, cada um por si ?
São coisas que o casal deve sentar e conversar abertamente e sem "pudores". Foi o que Ju e eu fizemos.
Outro ponto é o das as dividas. O ideal é que nenhum dos dois ingresse nessa fase da vida com dividas. Então, se possível, ambos devem fazer um esforço comum para que os dois estejam "zerados". Até porque, haverão coisas pra comprar e dinheiro a ser gasto em mudança, troca e/ou aquisição de móveis.
Nós juntamos dinheiro por algum tempo para que pudéssemos comprar o máximo de coisas à vista e acreditamos que seja a melhor solução. Não queríamos adquirir uma dívida desta, pois para nós existem outras prioridades.
Entretanto, nós tivemos tempo hábil para isso. Conseguimos planejar e juntamos dinheiro por 5 meses antes de acharmos nosso apartamento.
Uma dica que deixo aqui são os sites de compra e venda de produtos usados e lojas de "bairro". É possível encontrar muita coisa boa nesses lugares. Coisas boas e mais baratas.
Agora as coisas da casa mais especificamente. =)
Nós fizemos a opção de "dividir" todas as contas. Acreditamos que a parceria do casal deve ser completa, mas o foco e os objetivos devem ser conjuntos. Os dois devem ter os dois objetivos em mente. Dois objetivos caminhando na mesma direção.
Isso traz certas facilidades, mas também mais responsabilidades. Todo gasto fora da "cota" - vou explicar mais abaixo - deve ser conversado antes de ser feito, pois afetará diretamente o casal.
Vou exemplificar, acho que é a melhor forma de explicar.
Listamos todas as dividas da casa e estipulamos um valor mensal para elas. Muitas das contas tem valores fixos, como o aluguel, internet e os planos de telefone. Outras, como luz, condomínio e o gás são mais voláteis, mas sempre é possível estipular um valor. Isso serve para que saibamos quando precisamos diminuir o consumo.
Uma dica para isso. Vamos supor que em determinado mês a conta de luz foi de R$ 120,00 e o estipulado para ela mensalmente é um valor de R$ 150,00.
A sobra do valor, que normalmente seria gasto em outra coisa, é colocado na poupança e fica disponível para pagar uma conta que eventualmente seja maior que o previsto.
Além das contas básicas, como aluguel, condomínio, luz, internet, gás, mercado e todas as outras que o casal tenha, incluindo faculdade e eventuais esportes que ambos pratiquem, nós incluímos duas outras "contas", que não são propriamente contas, mas são tratadas como tal. A poupança e a Cota mensal.
Estipulamos um valor mensal que incluímos na poupança e ao contrário do que possam imaginar, essa é a primeira conta a ser paga todo mês.
Esse dinheiro é do casal e o guardamos para alguma eventualidade. Como doença, por exemplo. Mas é um dinheiro que pretendemos usar em uma viagem ou investir na educação de ambos.
A "cota" é um valor, igual para os dois, de gasto livre. Um valor que cada um pode gastar como bem entender.
Todo mês, nós somamos nossas rendas e com este montante, pagamos todas as contas, incluindo nisso as cotas e a poupança. Não há "sobras". Se por acaso resta algum dinheiro, mesmo depois de pagarmos tudo, este vai para a poupança.
Entendam por poupança a reserva de dinheiro de cada, seja pela poupança propriamente dito ou qualquer outro investimento que se tenha.
Este pequeno sistema é um tanto quanto rígido, mas tem funcionado bem e não tivemos até então nenhuma surpresa desagradável. A única renda que vai diretamente para a cota de cada um é a hora extra proveniente do trabalho.
Todos trabalhamos muito e é mais do que justo que tenhamos alguma quantia para satisfazer aquela vontade de um show ou um restaurante melhor ou ainda, aquela roupa mais cara. Vai do gosto de cada um.
Vou voltar no ponto da poupança por um segundo ....
Tenham essa reserva de dinheiro. Ela é MUITO importante para uma urgência ou uma emergência.
Não importa também a situação econômica de cada um ou do casal. Não importa quanto se ganha, mas sim quanto se guarda. Que sejam R$ 50, R$ 40 ou R$ 10 por mês.
E se por acaso vocês conseguirem economizar um valor um pouco maior e não tiverem nenhum gasto maior em vista pra os próximos meses, considerem procurar um orientação sobre investimentos melhores que a poupança. O gerente do seu banco ou mesmo estudar sobre o assunto.
Comecem a imaginar que o dinheiro que vocês conseguem economizar, pode trabalhar para vocês.
Vou deixar uma pequena dica de por onde começarem a estudar:
Tesouro Direto
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto
É um dos investimentos mais seguros de hoje, mais simples de entender e ainda rendem, em média, o dobro do que renderia na poupança. Comecei a estudar por ele.
Dou muita importância à organização financeira da nossa vida pois as finanças,quando vão mal, atrapalham muito o casal, geram brigas e em mutos casos, separação.
Mas com muita organização, bom senso, companheirismo e principalmente, responsabilidade, as coisas vão caminhando bem.
E quem sabe com o tempo, mesmo que não se ganhe rios de dinheiro, a vida possa seguir sem noites mal dormidas por conta de dinheiro.
~Rafa