Sinopse
No cortiço de João Romão tem de tudo: golpes de capoeira na disputa por uma mulher e tabefes e puxões de cabelo na briga por um homem, marido traído que perdoa o deslize, menina-anjo que se perde na vida, trabalhador esforçado que vira vagabundo, esmoleiro esganado que esconde uma fortuna no colchão, lavadeira que de tanta desgraça fica louca, escrava-amante que é jogada na lata do lixo...
Tem também o próprio dono do cortiço, um grande canalha que só quer se dar bem.
E tem ainda outras histórias, de apertar o coração ou soltar o riso.
Olhos grudados nas páginas: as emoções fervilham nesta primorosa recriação, fiel e á altura da monumental obra de Aluísio Azevedo.
Sobre o HQ
''O Cortiço'' é um romance de 1890 e nessa edição da Editora Ática vem como HQ. Com uma arte linda e roteirização bem feita.
O HQ traz uma versão resumida da história, mas a crítica social está nele, assim como no livro. Aluísio nos fala sobre escravatura, exploração de empregado e patrão, a visão dos portugueses que nos achavam inferiores, homossexualismo, inveja, pobreza, e é claro a habitação coletiva e seus peculiares moradores.
Ler o HQ me deixou com vontade de ler o livro. Alguém já leu esse clássico?
Título: O Cortiço
Autor: Aloísio Azevedo
Editora: Ática - Coleção Clássicos Brasileiros em HQ
Arte: Rodrigo Rosa
Roteiro: Ivan Jaf
Páginas: 80
Sobre o autor

Aluísio Azevedo (Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo) nasceu em São Luís, Maranhão, no dia 14 de abril de 1857. Em 1871 matriculou-se no Liceu Maranhense e dedicou-se ao estudo da Pintura. Com 19 anos foi levado pelo irmão, o teatrólogo e jornalista Artur Azevedo, para o Rio de Janeiro. Começou a estudar na Academia Imperial de Belas-Artes, onde revelou seus dons para o desenho. Logo passou a colaborar, com caricaturas para os jornais "O Mequetrefe", "Fígaro" e "Zig-Zag".
Com a morte do pai, em 1879, Aluísio volta para São Luís e começa a carreira literária para ganhar a vida. Publica seu primeiro “Romance Romântico”, "Uma Lágrima de Mulher" (1879), onde se mostra exageradamente sentimental para satisfazer um público ávido pelo romantismo. Em 1881, publica "O Mulato", romance que iniciou o “Movimento Naturalista no Brasil”. A obra denunciava o preconceito racial existente na burguesia maranhense e provocou uma reação indignada da sociedade, que se viu retratada nos personagens, mas o livro foi um sucesso de vendas.
No dia 7 de setembro de 1881, Aluísio Azevedo volta para o Rio de Janeiro decidido a se dedicar à vida de escritor. Publicou inúmeros contos, crônicas, romances e peças de teatro, nos folhetos dos jornais da época, na maioria obras de feição romântica, cujos enredos conduziam ora a tragédia ora ao desenlace feliz, entre eles: “Memórias de Um Infeliz” (1882) e “Mistério da Tijuca” (1882).
Em 1895, com quase quarenta anos, Aluísio vence um concurso para cônsul e ingressa na carreira diplomática, servindo na cidade de Vigo, na Espanha, no Japão, na Inglaterra, Itália, Uruguai, Paraguai e Argentina. Durante todo esse período não mais se dedicou a produção literária. Vivia com a argentina Pastora Luquez, junto com os dois filhos, Pastor e Zulema, por ele adotados.
Aluísio Azevedo faleceu em Buenos Aires, Argentina, no dia 21 de Janeiro de 1913. Seis anos depois, no governo de Coelho Neto, a urna funerária de Aluísio Azevedo foi transferida para São Luís, sua terra natal.